Inteligência artificial melhora a qualidade dos cuidados e a eficiência aos pacientes

Felipe Kitamura, palestrante confirmado no GS APM 2023, aponta que as novas tecnologias são fundamentais para que o sistema de Saúde seja acessível e resiliente

 A Saúde Digital tem evoluído rapidamente em todo o mundo, incorporando tecnologias inovadoras para melhorar a qualidade, a acessibilidade e a eficiência dos cuidados de Saúde. No Brasil, o movimento é semelhante, ainda que com desafios particulares relacionados à diversidade geográfica e socioeconômica.

“A adoção de tecnologias de Saúde Digital tem o potencial para enfrentar essas questões, aproximando os serviços de Saúde de populações distantes e vulneráveis”, afirma Felipe Kitamura, diretor de Inovação Aplicada e Inteligência Artificial da Dasa, que irá participar do Painel Nacional Inteligência Artificial (IA), na 5ª edição do Global Summit Telemedicine & Digital Health, que será realizada pela Associação Paulista de Medicina (APM), de 20 a 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, na capital paulista.

Além de melhorarem a acessibilidade e a qualidade da assistência médica à população, para Kitamura, que é neurorradiologista, as novas tecnologias permitem que os serviços de Saúde sejam prestados a distância, ajudam a monitorar e gerenciar as doenças crônicas e possibilitam a personalização dos cuidados de Saúde.

“Com o auxílio de dados e da IA, ainda podemos identificar tendências e padrões que podem levar a diagnósticos precoces e tratamentos mais eficazes”, garante o diretor, que acrescenta que os serviços de Saúde virtuais, já em ascensão antes da pandemia de Covid-19, provaram ser essenciais durante este período e, provavelmente, aumentarão sua adoção no futuro.

“A pandemia ressaltou a necessidade de sistemas de Saúde resilientes e flexíveis, e as tecnologias digitais serão fundamentais para alcançar isso”, destaca Kitamura.

Revolução

As soluções tecnológicas já mostraram que são eficientes para resolver desde tarefas mais simples em um consultório, por exemplo, até ajudar a combater crises sanitárias. Inovações que a cada dia se mostram mais práticas e necessárias, como a Telemedicina, os softwares para gestão de clínicas e hospitais, a nanotecnologia, até o big data e a IA.

Para Kitamura, o tema é tão relevante que, em sua participação no Global Summit APM 2023, ele vai discutir como a inteligência artificial está revolucionando a Saúde, desde o diagnóstico até o tratamento.

“A IA tem um potencial enorme para a Saúde, incluindo melhorar a eficiência, prever doenças e muito mais. Discutir este assunto é crucial para entendermos como podemos aproveitar essas tecnologias da melhor maneira para beneficiar pacientes e profissionais de Saúde”, afirma o diretor.

Melhorar a jornada do paciente de várias maneiras, como permitir diagnósticos mais rápidos e precisos, tratamentos personalizados, monitoramento e alertar os profissionais de Saúde sobre quaisquer mudanças que possam exigir atenção são outras possibilidade da IA apontadas por Kitamura.

“Essa tecnologia não só melhora a qualidade dos cuidados, mas também pode resultar em uma experiência de atendimento mais suave e eficiente para os pacientes”, acredita.

Essencial

Para que essas tecnologias e inovações sejam aplicadas efetivamente na prestação dos serviços de Saúde, é essencial ampliar o conhecimento sobre elas.

Está aí, segundo Kitamura, a importância do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM, pois o evento fornece a oportunidade para profissionais de Saúde, pesquisadores e tomadores de decisão discutirem os desafios e oportunidades da Saúde Digital.

“Ao compartilharmos conhecimento e melhores práticas, podemos impulsionar a inovação na área e garantir que as tecnologias digitais sejam implementadas de maneira que beneficie a todos. O Global Summit APM é vital para o ecossistema de Saúde Digital”, conclui.

Saiba mais sobre o Global Summit Telemedicine & Digital Health APM 2023 – evento de Telemedicina e Saúde Digital mais relevante da América Latina – e  inscreva-se no site globalsummit.org.br.

Assista a entrevista com Edson Amaro nas principais plataformas: Spotify, YouTube e Deezer

O segundo episódio do Global Summit Cast está no ar e traz entrevista com o médico neurorradiologista Edson Amaro, Head Data Science & Analytics – Big Data do Hospital Israelita Albert Einstein e professor associado de Radiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), que destaca a importância da interoperabilidade para o bom resultado das ferramentas de inteligência artificial (IA) e para a Saúde Digital.

Amaro informa que o uso de ferramentas de análise de dados está extremamente ligado à qualidade e à disponibilidade dessas informações, que devem corresponder à realidade do paciente para serem efetivas.

“As máquinas usam os algoritmos baseados em IA a partir dos dados que são informados. Essa será a única realidade que a ferramenta vai enxergar. Por isso, não adianta ter uma planilha completa de informações se os dados não refletem a realidade da biologia do paciente. Desta forma, o uso da tecnologia não é efetivo a quem interessa, que é o paciente”, explica o especialista.

Sobre a Estratégia de Saúde Digital para o Brasil, com foco em 2028 (ESD28), que estabelece como visão estratégica que a Rede Nacional de Dados de Saúde (RNDS) será reconhecida como a plataforma nacional de inovação, informação e serviços de Saúde, Amaro destaca que é um documento robusto e importante, que vai nortear como devemos seguir em relação à comunicação de dados no sistema de Saúde do Brasil ao longo dos próximos anos. Porém, suas diretrizes devem ser discutidas em espaços colaborativos e de articulação com a sociedade, pois somente os órgãos governamentais não são capazes de gerar toda a solução que cada membro da sociedade necessita.

“Essa comunicação entre o poder público, a iniciativa privada e a sociedade está prevista na ESD28, para haver uma visão mais ampla, que torne realidade essa comunhão de interesses para que os dados sejam acessíveis”, esclarece.

Na entrevista, realizada pelo presidente do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM, Jefferson Gomes Fernandes, e pelo copresidente do GS APM e diretor de Tecnologia de Informação da Associação Paulista de Medicina (APM), Antonio Carlos Endrigo, Amaro ainda fala da responsabilidade sobre o uso de dados, os desafios de promover a adoção de soluções práticas baseadas em dados da população, a gestão da informação do paciente pelo médico, como cuidar da equidade com dados voltados à Saúde e muito mais.

Ouça e assista ao Global Summit Cast, que está disponível nas principais plataformas: Spotify, YouTube e Deezer, além de ser divulgado no site e nas redes sociais da APM, e tenha acesso a um conteúdo qualificado para o ecossistema da Saúde Digital!   

Global Summit Cast

O Global Summit Cast é o novo canal de comunicação do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM, que tem o objetivo de gerar conteúdo qualificado para o ecossistema da Saúde Digital e para toda a sociedade, com entrevistas mensais com especialistas em Telemedicina e Saúde Digital.

A proposta busca aproximar o Global Summit APM, que chega à sua 5ª edição em 2023 = realizada pela APM, de 20 a 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo -, do seu público.

Sobre o Global Summit Telemedicine & Digital Health APM

Maior e mais relevante evento de Telemedicina e Saúde Digital da América Latina, com três dias de duração, o Global Summit APM, uma iniciativa da Associação Paulista de Medicina (APM), reúne especialistas internacionais e nacionais para debater as tendências que estão transformando o mundo da Saúde.

A programação, focada em conteúdo, experiências e negócios, inclui temas em Telemedicina e Saúde Digital de interesse para médicos, profissionais, instituições e entidades de Saúde, indústria, academia e governo, entre outros. 

Caio Soares, presidente da SDB, afirma que o evento é a referência para o ecossistema de Saúde Digital brasileiro

O Global Summit Telemedicine & Digital Health APM fechou parceria com a Saúde Digital Brasil (SDB) – entidade representativa dos prestadores de serviço de Telessaúde do Brasil – para a 5ª edição do evento, que será realizada pela Associação Paulista de Medicina (APM) entre os dias 20 e 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. 

Com esta parceria, o GS APM 2023 torna-se o principal evento para a SDB.

“O Global Summit APM foi um marco divisório na presença da Telemedicina dentro do sistema de Saúde brasileiro quando surgiu, em 2019. É quase como se fosse a ‘Queda da Bastilha da Telemedicina’, porque significou e marcou claramente todo o setor e ainda trouxe visibilidade, que antes não existia, para este mercado e a possibilidade de quem trabalhava nessa área ter participação e voz no ecossistema da Saúde”, destaca o presidente do Conselho de Administração da SDB, Caio Sores – ressaltando que, para a entidade, estar perto do GS APM é a melhor escolha, por ser muito enriquecedor, por seu conteúdo, e validador, enquanto posicionamento.

“A entidade representa cerca de 90% das empresas que produzem Telessaúde hoje no País. Acredito que é uma associação que fortalece muito os dois lados”, garante Soares.

Essa parceria também trará vantagens para as empresas associadas à SDB. A partir desta edição do evento, elas têm como benefício um desconto especial para participar como patrocinadoras do Global Summit APM. 

Para o presidente da entidade, estar no GS APM 2023 é importante porque o mercado da Telemedicina e da Saúde Digital teve uma evolução brutal nos últimos três anos por conta da pandemia de Covid-19. Agora, chegou o momento de olhar para esse resultado e para os próximos cinco, dez anos para vislumbrar como será o cenário e as novas soluções que irão surgir.

“Tem muitas tecnologias que estão aparecendo. Acho que estamos saindo da versão 1.0 para a 2.0 da Telemedicina no Brasil, e o ambiente mais propício para encontrar pessoas, conhecer novas soluções e discutir conteúdo é o Global Summit APM”, afirma Soares.

Mercado

Após a fase da pandemia de Covid-19, o mercado de Saúde Digital e Telemedicina no Brasil está partindo, na visão de Soares, de um modelo de contenção, utilizado durante a crise sanitária, para o de coordenação de cuidado.

“Quando o sistema de Saúde de fato incorporar essas soluções de forma inteligente, apropriada e resolutiva, a Telemedicina e a Telessaúde vão poder colaborar para haver pacientes mais saudáveis e desfechos mais positivos, com uma redução de custo brutal”, aponta o presidente da SDB.

Para ele, também está acontecendo uma evolução natural, pois muitas empresas de Saúde Digital surgiram nos últimos anos, quando houve um crescimento exponencial desses serviços, mas somente as organizações que buscarem soluções sérias e eficientes devem participar da fase 2.0 da Telemedicina no Brasil, já que novas tecnologias surgem todos os dias.

As possibilidades tecnológicas são inúmeras, e há evidências que muitas delas estarão presentes na vida de todos em pouco tempo. Soares diz que talvez ainda estejamos um passo atrás na questão do big data e da inteligência artificial generativa, que se baseiam em grandes bases de informação.

“A gente aprende a lidar com essa grande base de informação. Qualificá-la é o primeiro passo para ter essas soluções rodando no dia a dia para a população. A segunda etapa é gerar a consciência da responsabilização no uso dessas ferramentas, o que é um fator determinante para conseguirmos evoluir”, explica.

Destaque

No dia 21 de novembro, a SDB terá uma programação em um dos palcos do Global Summit APM. Caio Soares revela que pretende promover uma discussão sobre as melhores práticas, incluindo atenção ao paciente, interoperabilidade, regulamentação, dispensação e prescrição eletrônica.

Também planeja apresentar e discutir um painel de indicadores setorial que a entidade está preparando e quer lançar no GS APM 2023.

“Será um painel com todas as informações de produção, de teleconsultas, duração de uma teleconsulta, quantos atestados são emitidos, se quem está fazendo uso dessa tecnologia é mais o titular ou o dependente, se é o adulto, ou a criança. Enfim, toda informação setorial, porque hoje temos carência de dados. Queremos realmente fazer o mapeamento de como estão a Telessaúde e a Telemedicina. Isso é muito importante para o sistema de Saúde do País”, afirma o presidente da SDB.

Soares finaliza declarando a importância do Global Summit APM para o ecossistema de Saúde Digital no Brasil.

“O evento é basicamente a referência para esse ecossistema. É onde os profissionais vão para compartilhar conteúdo, aprender, observar as boas práticas do setor e fundamentalmente para desenhar o futuro das suas ações, porque os grandes pensadores, as novidades e as inovações estão no Global Summit APM.”

Sobre o Global Summit Telemedicine & Digital Health APM

Maior e mais relevante evento de Telemedicina e Saúde Digital da América Latina, com três dias de duração, o Global Summit APM, uma iniciativa da Associação Paulista de Medicina (APM), reúne especialistas internacionais e nacionais para debater as tendências que estão transformando o mundo da Saúde.

A programação, focada em conteúdo, experiências e negócios, inclui temas em Telemedicina e Saúde Digital de interesse para médicos, profissionais, instituições e entidades de Saúde, indústria, academia e governo, entre outros. 

Warm up do Global Summit APM 2023 destacou que a tecnologia democratiza o acesso à Saúde, melhora a qualidade do serviço prestado e a jornada do paciente

“Interoperabilidade é, sem dúvida, uma das principais respostas para sustentabilidade e gestão de Saúde. A integração do cuidado do paciente depende da evolução que o setor tiver neste aspecto”, afirmou Lilian Quintal Hoffmann, diretora executiva de Tecnologia e Inovação da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, ao participar do segundo Warm Up da 5ª edição do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM, realizado em 20 de junho, na Associação Paulista de Medicina (APM).

O evento de aquecimento do GS APM 2023 – que será realizado de 20 a 22 de novembro, no centro de Convenções Frei Caneca, na capital paulista – reuniu mulheres líderes e experientes para debater as visões sobre a Saúde Digital.

Lilian pontuou que a interoperabilidade, sanada as questões técnicas, pode desempenhar um papel crucial na integração de informações de Saúde, melhorar a qualidade dos cuidados, a eficiência operacional e a tomada de decisões no setor.

“Ela pode ajudar no processo de não desperdício da Saúde, mas eu preciso interoperar olhando a informação para melhor atender a jornada do paciente. Com conhecimento do histórico, é possível, por exemplo, evitar repetição de exames laboratoriais ou de um processo já realizado e diminuir a sinistralidade”, explicou a diretora executiva da BP, lembrando que a concentração de dados auxilia o paciente a ter diagnósticos e tratamentos mais abrangentes.

Porém, para isso, é fundamental se preocupar com a segurança das informações e as melhores práticas baseadas em padrões elevados de interface de sistemas, seguindo todos os princípios de segurança preconizados na Lei Geral de Proteção de Dados.

Saúde da mulher

O momento atual da Saúde no País, na visão de Anna Clara Rabha, diretora médica da Tuinda Care, é de dificuldade. Os desafios da Saúde Digital perante as iniquidades na Saúde da mulher são muitos e os números demonstram isso e a necessidade de mudança para se ter eficiência e efetividade.

– 80% do consumo do lar é determinado pela mulher.
– 85% do consumo em Saúde é determinado pela mulher.

A cada uma mulher diagnosticada com um problema de Saúde feminino (menopausa, dismenorreia, endometriose e infertilidade), quatro não são diagnosticadas. Uma mulher com endometriose custa três vezes mais para o sistema de Saúde, em média.

Cerca de 20% das mulheres relatam que os profissionais de Saúde ignoram ou subestimam seus sintomas, contra 14% dos homens.

“Mas, como estamos treinando os nossos médicos, visto que a maioria dos que estão se formando são mulheres, que têm problemas femininos e não sabem diagnosticar mulheres?”, questionou Anna.

Com a necessidade identificada, fica a pergunta: qual a solução?

A diretora médica da Tuinda Care informou que as mulheres são 75% mais propensas a usar ferramentas digitais para atendimento médico do que os homens, e que este pode ser o caminho para a solução.

“O mercado feminino de Saúde é um grande consumidor, e as femtechs – empresas de tecnologia e software focados em Saúde da mulher – surgiram e demonstram um crescimento exponencial, com receita projetada para US$ 1.07 trilhão para 2026. Entretanto, as iniquidades seguem por aqui também”, lamentou Ana, revelando que uma a cada cinco mulheres trabalha com tecnologia; apenas cerca de 5% estão em posições de liderança; e menos de 3% do capital de risco vão para startups fundadas ou lideradas por mulheres.

Ainda assim, ela acredita que o primeiro passo foi dado e o caminho está sendo construído mesmo diante das adversidades.

“A Saúde Digital é o meio para democratizar o acesso à Saúde e reduzir as diferenças na qualidade do serviço prestado. A tecnologia pode proporcionar o cuidado certo, para a pessoa certa e no tempo certo. Para tanto, precisamos debater, educar e conciliar os interesses para um propósito em comum”, ressaltou Anna.

Experiência do paciente

Para Ana Claudia Pinto, Chief Medical Officer no Grupo Fleury | Saúde Digital, que moderou o Warm Up, a Saúde Digital pode contribuir para reduzir a complexidade no setor e melhorar a eficiência e a experiência do usuário final. Mas, para isso, ela disse ser importante que haja a cultura do engajamento aliado à tecnologia.

Isabela Abreu, CEO e fundadora da RedFox Digital, revelou que as soluções tecnológicas na área da Saúde possibilitam cada vez mais aos usuários terem um papel ativo dentro do próprio cuidado. Isso tem feito as instituições buscarem se aprimorar e serem mais efetivas na entrega da assistência à Saúde.

A experiência do paciente, segundo Isabela, é pautada em todas as etapas a partir do ponto de contato com o estabelecimento de Saúde, seja clínica, hospital ou laboratório, e a tecnologia atua como habilitadora dessa experiência que, cada vez mais, é digital.

“Os pacientes são digitais, nossa vida é digital em quase tudo. Então, como usar esta experiência para melhor a eficiência e a efetividade na Saúde?”, questionou a CEO da RedFox, respondendo que o paciente busca mais comodidade, mais agilidade, ter mais acesso a informações sobre o tratamento, o cuidado e sobre sua Saúde.

“Ele quer saber os exames que fez, seus resultados e ter o histórico dessas informações é muito importante. Mais uma vez, isso mostra a relevância da interoperabilidade para o sistema de Saúde e para o cuidado integral do paciente”, apontou Isabela, que ainda afirmou que a tecnologia e a Saúde Digital vieram para habilitar uma melhor experiência aos pacientes.

União do setor

Adriana Ventura, deputada federal (Novo-SP), autora do projeto que deu origem à lei nº 14.510/2022, que regulamentou a prática da Telessaúde em todo o País, comentou os benefícios e os desafios do setor de Saúde na área digital.

“No País, infelizmente, as coisas ainda acontecem a partir da vontade política. É preciso mostrar que existe um abismo entre a necessidade do dia a dia da população e o que de fato chega ao cidadão. As dificuldades existem após a regulamentação da Telessaúde e o nosso papel é ser a ponte e ajudar isso acontecer”, ressaltou a deputada.

A união de todos do setor, inclusive dos médicos, segundo Adriana, foi fundamental para superar a resistência à Telemedicina, tão importante durante a pandemia de Covid-19, quando ajudou a levar acesso e assistência a quem precisava.

Para a deputada, o debate deste tema evidenciou o quanto a Saúde Digital pode corroborar para melhorar a eficiência do sistema de Saúde brasileiro. Mas, para que isso aconteça, é necessário derrubar alguns obstáculos.

“Presido a Frente Parlamentar Mista da Saúde Digital e tenho como meta debater a questão do prontuário eletrônico e a expansão da Saúde Digital, mas temos encontrado obstáculos. Muito se fala em subfinanciamento da Saúde, mas nada é dito sobre desperdício. A Saúde Digital é uma necessidade premente, pois com ela damos acesso à população e podemos avançar ainda mais na assistência e no cuidado. Conto com a partição de todos do setor para podermos conquistar esse propósito”, concluiu Adriana.

Para o professor Dale Alverson, palestrante internacional confirmado no GS APM 2023, pesquisa e avaliação contínuas são necessárias para demonstrar o valor e os benefícios dessas tecnologias

Pesquisas e avaliações contínuas estão demonstrando os benefícios e o valor da aplicação da Telemedicina e da Saúde Digital”, afirma Dale Alverson, professor emérito da Universidade do Novo México (EUA) – onde atuou como diretor médico e consultor estratégico de Telessaúde para o Centro de Telessaúde no planejamento, implementação, pesquisa e avaliação de sistemas de Telemedicina para o Novo México –, que também foi presidente da American Telemedicine Association (ATA), e  estará na 5ª edição do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM. O evento será realizado pela Associação Paulista de Medicina (APM) de 20 a 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.

Entre os benefícios que estão sendo demonstrados em todo o mundo, assim como no Brasil, segundo Alverson, estão: a melhoria no acesso aos serviços de Saúde, melhor coordenação e continuidade dos cuidados, melhores resultados para os pacientes, retorno organizacional do investimento, com economia e redução de custo, e satisfação do paciente e do profissional de Saúde no uso da Saúde Digital e da Telemedicina.

Para o professor, passada a pandemia de Covid-19, com base no valor demonstrado e na viabilidade de uso dessas tecnologias, elas devem continuar sendo utilizadas como complementares ao atendimento presencial.

“Um dos principais valores dessas tecnologias é a melhoria no acesso aos cuidados, principalmente para os que estão em áreas rurais e remotas, embora o acesso em áreas urbanas também possa ser melhorado, superando a necessidade de se viajar para o presencial”, pontua Alverson.

Transformação digital

No Global Summit APM 2023, o professor fará a conferência “Digital Transformation of Healthcare After the Covid-19 Pandemic: Predictions for the Future” (“Transformação Digital da Saúde Após a Pandemia de Covid-19: Previsões para o Futuro”). Em sua opinião, a integração da Saúde Digital, Telessaúde e Telemedicina na assistência médica global continua sendo complementar ao atendimento presencial tradicional pós-pandemia de Covid-19.  

Para ele, novos avanços emergentes nessas tecnologias se tornarão parte da evolução dos cuidados de Saúde, incluindo maior monitoramento remoto apropriado de pacientes e inteligência artificial.

“Desafios no fornecimento de conectividade de banda larga adequada, segura e acessível, com força de trabalho treinada adequadamente, e treinamento eficaz contínuo no uso dessas tecnologias – juntamente com a integração no fluxo de trabalho com reembolso e cobertura apropriados – precisarão ser abordados para permitir a sustentabilidade”, afirma Alverson.

Oportunidades

O especialista em Telessaúde também irá participar de um painel internacional na 5ª edição do GS APM 2023, em que fará a palestra “A Brave New World: Opportunities for International Collaboration Using Telemedicine and Digital Health to Address Global Community Health“ (“Um Admirável Mundo Novo: Oportunidades para Colaboração Internacional Usando a Telemedicina e a Saúde Digital para Abordar a Saúde da Comunidade Global”).

Sobre esta temática, Alverson diz que a colaboração global, juntamente com o compartilhamento de conhecimento e experiência, deve aprimorar o uso eficaz da Saúde Digital, da Telessaúde e da Telemedicina em todo o mundo, incluindo a criação de redes internacionais globais de atendimento que podem melhorar a Saúde e a qualidade de vida em todos os países.

“Este ‘admirável mundo novo’ exigirá a superação das diferenças políticas entre os países e a manutenção do respeito mútuo e da compreensão das diferenças e perspectivas culturais únicas relacionadas à Saúde e, ao mesmo tempo, reconhece que muitos problemas de Saúde são comuns em todos os países”, ressalta.

Alverson ainda explica que à medida que o mundo continua a “encolher”, o desenvolvimento desta “rede de redes” internacional de Telessaúde oferece  oportunidade de cooperação, colaboração, compartilhamento de conhecimento e melhoria da Saúde de cada indivíduo no mundo, aplicando tecnologias de informação para a paz e a melhoria da humanidade.

“Agora, é a hora de um diálogo aberto e construtivo, destinado a facilitar essa coordenação entre as principais partes interessadas e outras organizações internacionais. Esse tipo de experiência de intercâmbio internacional aprimorada com a Telessaúde oferece oportunidades significativas para entender os denominadores comuns, bem como as diferenças únicas relacionadas à Saúde global entre países e culturas ao redor do mundo. Esses programas podem promover a compreensão internacional e o respeito mútuo de maneira a melhorar a Saúde de toda a comunidade global”, afirma o professor.

E o Global Summit Telemedicine & Digital Health APM, para Alverson, é um exemplo do tipo de programa que permitirá a partilha nacional e internacional de conhecimentos, experiências e ideias que podem ser mutuamente benéficas para todos os participantes, além de fomentar oportunidades de colaboração e melhorias na utilização da Telemedicina e da Saúde Digital na comunidade global, bem como localmente.

“Pense globalmente, mas aja localmente”, conclui Alverson.

Sobre o Global Summit Telemedicine & Digital Health APM

Maior e mais relevante evento de Telemedicina e Saúde Digital da América Latina, com três dias de duração, o Global Summit APM, uma iniciativa da Associação Paulista de Medicina (APM), reúne especialistas internacionais e nacionais para debater as tendências que estão transformando o mundo da Saúde.

A programação, focada em conteúdo, experiências e negócios, inclui temas em Telemedicina e Saúde Digital de interesse para médicos, profissionais, instituições e entidades de Saúde, indústria, academia e governo, entre outros.