Assista agora ao 4º episódio do Global Summit Cast, com Renata Rothbarth

A sócia do escritório Machado Meyer Advogados fala sobre legislação em Saúde Digital

A advogada com larga experiência em life science, Saúde e Saúde Digital, Renata Rothbarth – que auxilia investidores, empresas líderes e emergentes e startups em uma ampla gama de aspectos contratuais e regulatórios, sócia do escritório Machado Meyer Advogados – é a entrevistada do quarto episódio do Global Summit Cast.

Ao presidente do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM, Jefferson Gomes Fernandes, a especialista fala sobre a legislação em Saúde Digital, destacando que o setor é muito regulado e está em processo de atualização e transformação para uma Saúde mais tecnológica.

Na entrevista, Renata ainda comenta sobre o crescimento das startups no País; a diferença entre biotechs, healthtechs e medtechs; o investimentos no setor; a regulamentação da Telemedicina e da Telessaúde; a necessidade de regulação e segurança jurídica nas prescrições eletrônicas de medicamentos; e muito mais.

O novo episódio está disponível nas principais plataformas: Spotify, YouTube e Deezer, ou pelo site e redes sociais da Associação Paulista de Medicina (APM), realizadora do Global Summit APM.

Global Summit Cast

O Global Summit Cast é o novo canal de comunicação do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM, que tem o objetivo de gerar conteúdo qualificado para o ecossistema da Saúde Digital e para toda a sociedade, com entrevistas mensais com especialistas em Telemedicina e Saúde Digital.

A proposta busca aproximar o Global Summit APM, que chega à sua 5ª edição em 2023 – realizada pela APM, de 20 a 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo –, do seu público.

Paulo Salomão, confirmado no Global Summit APM 2023, aponta que a integração das novas tecnologias pode ser a solução para os desafios do setor

A inovação tem um papel fundamental na evolução da Saúde, tanto do ponto de vista de atendimento quanto de informações. Segundo o relatório Future Health Index (FHI), divulgado em 2022, a respeito das tecnologias digitais em Saúde, 84% dos principais líderes do setor estão investindo em registros eletrônicos, sendo 61% focados em Telemedicina.

Paulo Lísias Salomão, doutorem Informática em Saúde, diretor do Instituto HL7 Brasil e CEO da DTO Sistemas em Saúde S/A, é palestrante confirmado na 5ª edição do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM, que a Associação Paulista de Medicina (APM) realizará de 20 a 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. Ele refere que a estimativa mundial é de que apenas 20% de toda informação de Saúde gerada estão disponíveis para uso. Isso se deve a diferentes motivos, e um deles é o fato desses dados gerados não estarem em formato digital.

No entanto, por outro lado, boa parte dos equipamentos de exames médicos, sejam laboratoriais ou de imagens, já fornecem automaticamente seus resultados no formato digital.

“Soma-se a isso um aumento significativo no uso de prontuários eletrônicos. Assim, observa-se uma tendência, sem volta, para a Saúde Digital”, destaca Salomão.

Mas, para onde caminha a mercado de Saúde Digital no Brasil?

Particularmente no País, segundo o especialista, o período de pandemia de Covid-19 acelerou diversos processos que deveriam estar em vigor e que muitas instituições já adotavam como práticas de Saúde Digital, como a Telemedicina.

“Nos momentos de crise, quando havia restrição e, porque não dizer receio da proximidade, a Telemedicina se mostrou uma ferramenta altamente eficaz. Podemos dizer que há ajustes a serem feitos, mas ela veio para ficar”, garante Salomão.

Evolução

Novas tecnologias têm potencial para reduzir custos, ampliar acesso e melhorar serviços de Saúde, mas requerem atuação ágil e eficiente dos governos em termos de regulação e infraestrutura.

O CEO da DTO aponta que a Saúde Digital tem influenciado programas privados e governamentais de acesso à informação de Saúde, incluindo, democraticamente, toda a população.

“O fato de, por exemplo, podermos carregar no celular as informações sobre vacinas ou os resultados de exames realizados não só evitam locomoções desnecessárias até os centros de atendimento, como ajudam na adesão aos tratamentos propostos”, destaca.

Porém, talvez mais importante que a evolução tecnológica por trás da Saúde Digital e como ela beneficia o paciente e o sistema de Saúde na totalidade é o debate sobre como os profissionais e prestadores de serviços de Saúde estão vendo esse progresso e desenvolvimento e como eles pretendem abraçar essas tecnologias.

“Cabe ressaltar que o profissional de Saúde não é, e não precisa ser, um especialista em tecnologias digitais. Isso significa, na minha opinião, que se o uso dessas tecnologias não facilitar o dia a dia dessas pessoas, elas não vão utilizá-las”, alerta.

No caso específico da interoperabilidade, o especialista explica que é fácil compreender que quanto mais informações o médico tiver sobre um paciente, maior a chance de uma conduta adequada e um desfecho clínico melhor.

“Mas, se essas muitas informações não vierem de maneira compreensível e organizada, elas podem confundir o raciocínio clínico e levar o profissional a não mais utilizá-las”, ressalta.

Sustentabilidade

Quando o assunto é a sustentabilidade do setor, a interoperabilidade é apontada como a forma mais evidente e custo-efetiva para melhorar tanto a gestão quanto a assistência à Saúde.

O CEO da DTO aponta que o setor da Saúde no Brasil vive algumas dificuldades: falta de investimento (apenas 45% dos recursos advêm do setor público, que atende a maioria da população); gestão ineficiente; falta de profissionais capacitados e má distribuição deles. No meio desse turbilhão de desafios, a tecnologia pode ser uma grande aliada.

“A interoperabilidade das informações clínicas, junto a outras ferramentas da Tecnologia da Informação – como inteligência artificial, relatórios populacionais analíticos, entre outras –, pode proporcionar atendimentos com melhores desfechos clínicos, uma vez que reúne e analisa mais informações do mesmo paciente; diminuir custos, evitando exames duplicados; minimizar ações fraudulentas; e tornar a gestão desses atores e processos mais eficientes”, afirma Salomão.

Mas, na opinião do especialista, o setor de Saúde no Brasil está sobrecarregado de desafios e tem pouco tempo, ou dinheiro, para lidar com eles. O que ele propõe é enxergar a interoperabilidade e suas tecnologia agregadas como solução para esses dilemas.

“Por exemplo, existe uma dificuldade cultural no compartilhamento de informações clínicas. Mas, se a decisão passar pelo consentimento do titular desses dados (o próprio paciente), como preconiza a Lei Geral de Proteção de Dados, essa responsabilidade fica repartida e empodera o paciente”, explica o CEO, lembrando que ainda é possível agregar mais valor aos dados interoperados se aplicar mais tecnologias, que podem também validar as condutas adotadas com algum padrão ouro baseado em informações confiáveis.

“A interoperabilidade, se bem aplicada, melhora a experiência do usuário, aumenta a eficácia e a eficiência e diminui o custo do sistema de Saúde”, salienta.

Salomão ainda aponta que o Global Summit APM é uma excelente oportunidade para profissionais e gestores de Saúde conhecerem as tecnologias envolvidas na Saúde Digital.

“Eles precisam entender os obstáculos a serem vencidos e compartilhar experiências de sucesso após sua adoção”, finaliza o especialista.

Para IDIS2GO e Kompa, o evento é a oportunidade de negócios e de encontro com os principais players

Participar de eventos e feiras de negócios de Saúde é ter a possibilidade de interagir com os players do setor, tornando as marcas e os produtos visíveis e disponíveis para um mercado cada vez mais ávido por conhecer novidades e tendências.

As empresas que estão interessadas em fazer negócios, que buscam novos fornecedores, clientes e novas ferramentas para a promoção de seus serviços, têm a oportunidade ideal, principalmente em um evento que congrega conhecimento, experiências e que terá o mercado reunido em um único local.

Estes são alguns dos motivos que têm feito empresas de Saúde Digital e Telemedicina marcarem presença na 5ª edição do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM, que a Associação Paulista de Medicina (APM) vai realizar de 20 a 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.  

A IDIS2GO – empresa criada pela SK-Telemed GmbH, localizada em Viena (AUT), que desenvolve e comercializa equipamentos para soluções em Telessaúde e diagnóstico remoto, permitindo a realização de exames de qualidade em qualquer localização, conectando médicos e pacientes – já confirmou presença no GS APM 2023.

Para Márcio Costa, diretor administrativo da SK-Telemed/IDIS2GO, este ano é um marco importante para a empresa, por iniciar suas operações no Brasil e estar no Global Summit APM dará a oportunidade de lançar e divulgar sua tecnologia em território nacional, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da infraestrutura da Saúde.  

“Além disso, como o próprio evento propõe, será um momento importante para nos reunirmos com os principais players do setor e discutir o futuro da Saúde Digital e da Telemedicina no País”, afirma Costa.

Ele reforça que, para o setor, o evento será uma excelente oportunidade para debater o cenário atual, os próximos passos da Telemedicina e da Saúde Digital e prospectar novos clientes e parceiros de negócios.

“Também queremos fortalecer a nossa marca e tecnologia no mercado nacional”, garante o executivo, destacando que será ainda um momento muito importante para “tratar de ideias de cuidados totalmente conectados para a sociedade e para a gestão de Saúde”.

Alta qualidade

Para a Kompa – que fornece aos diversos players da Saúde, privada e pública, um modelo de assistência médica mais rápido, fácil e de menor custo –, que vai estar no Global Summit 2023, o evento possibilita a atualização com os diversos fóruns e discussões de alta qualidade.

“Além disso, o Global Summit APM é um importante canal de divulgação de nossas últimas evoluções tecnológicas para os profissionais do setor, que buscam novas experiências em Saúde Digital”, ressalta Bruno Carvalho, CEO da Kompa.

O empresário diz ainda que é importante participar do evento por ser onde as melhores e maiores marcas se reúnem e ser o principal encontro de Saúde Digital do País.

“Já temos operadoras de planos de saúde, indústrias farmacêuticas e grandes empresas que utilizam nossa tecnologia e inteligência artificial para garantir maior acesso a diagnósticos e tratamentos com expressiva redução de custo em suas operações. Esperamos, com o Global Summit APM, poder apresentar e trazer mais players para esse novo universo de cuidados de Saúde de menor custo, maior qualidade e maior agilidade que a tecnologia e a inteligência artificial permitem para todos”, destaca Kompa.

Mais informações e inscrições para o Global Summit APM 2023 no site https://globalsummit.org.br/.

Carlos Pedrotti, novo presidente do Conselho de Administração da SDB, fala dos benefícios e desafios da transformação digital da Saúde

A Saúde Digital Brasil (Associação Brasileira das Empresas de Telessaúde, Telemedicina e dos Desenvolvedores de Tecnologias para a Saúde) elegeu recentemente um novo Conselho de Administração para o triênio 2023-2026. A entidade passou a ser presidida por Carlos Pedrotti, gerente médico do Centro de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein.

Membro da Comissão Cientifica da 5ª edição Global Summit Telemedicine & Digital Health APM, que a Associação Paulista de Medicina (APM) realizará de 20 a 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, Pedrotti destaca a importância da Saúde Digital e da Telemedicina no acesso à assistência à população, na melhoria da qualidade dos serviços e até para a evolução e a sustentabilidade do setor.

“A Saúde hoje é muito fragmentada no que está relacionado ao controle dos dados. Isso leva ao desperdício, à dificuldade de compreender a continuidade da jornada do paciente. A Saúde Digital é uma das soluções para isso, porque é um serviço nativo digital e para disponibilizar o dado hoje é absolutamente fundamental que ele esteja digitalizado”, afirma.

Na entrevista a seguir, Pedrotti fala sobre as conquistas, benefícios, desafios e para onde caminha a Saúde Digital e a Telemedicina no País. Confira!

Você acaba de ser eleito presidente do Conselho de Administração da Saúde Digital Brasil (SDB) para o triênio 2023-2026. Quais são as metas e objetivos para esta nova gestão?

A Saúde Digital Brasil é uma entidade nova. Fundada em 2020, reúne os principais participantes do ecossistema da Saúde Digital no País, que são provedores de serviços, de tecnologia, com um volume gigantesco de interações com os pacientes. São milhões de consultas realizadas anualmente por esses associados, mostrando a grande relevância no mercado nacional e na América Latina. Eu participo das atividades da SDB desde a fundação, como coordenador do Grupo de Trabalho de Protocolos Clínicos, e tenho um carinho enorme pelos que me antecederam, Eduardo Cordioli, que foi o primeiro presidente da instituição, e Caio Soares, nos últimos anos.

Nestes três anos, a SDB teve um grande feito. A entidade foi fundada com o intuito de promover a regulação adequada do setor, que era extremamente confusa durante a pandemia de Covid-19. Tivemos uma legislação que permitiu a prática da Telemedicina e da Telessaúde de maneira provisória. De forma ampla, ao longo deste período, foi se formando um consenso sobre qual seria a regulação adequada e, por fim, foi sancionada a lei nº 14.510, em 27 de dezembro de 2022, que regulamentou a prática dessas modalidades e foi a consolidação desse trabalho que envolveu muitas pessoas, em todas as esferas de governo, parcerias e discussões com conselhos profissionais e participantes de outros setores – para definir o texto que, ao nosso ver, atende perfeitamente à sociedade brasileira, dando autonomia ao paciente, ao médico e ao provedor para a realização da Saúde Digital, com todo o seu potencial, garantindo a segurança da informação e as prerrogativas básicas de boas práticas.

Essa foi considerada a maior ação da SDB. Ao longo desse processo, nós coordenamos também o nosso Manual de Boas Práticas em Telemedicina e Telessaúde, o primeiro no País, e temos muito orgulho, pois foi feito em muitas mãos. Vimos que a publicação é importante para qualquer um que queira crescer ou contratar serviços de Telessaúde, até mesmo para a população. Está disponibilizado de forma gratuita em nosso site.

Porém, os desafios não acabaram e temos como meta para o próximo triênio continuar acompanhando o processo regulatório da Saúde Digital, pois há vários itens que estão em discussão bastante acalorada. Entre eles, o papel da inteligência artificial (IA) e a regulação do prontuário eletrônico e da dispensação de medicamentos que, no País, ainda é muito analógica. Estamos trabalhando com as agências reguladoras para o desenvolvimento dessa regulamentação, para que toda a sociedade se beneficie e o setor mantenha sua sustentabilidade operacional e econômica, de forma ética e adequada ao paciente.

Neste segundo semestre, estamos trabalhando no nosso Painel de Indicadores, com todas as informações setoriais, porque temos carência de dados. Queremos realmente fazer o mapeamento de como estão a Telessaúde e a Telemedicina. Isso é muito importante para o sistema de Saúde do País. Vamos ter muita coisa para mostrar para a sociedade sobre como foi o desenvolvimento dessas modalidades ao longo dos últimos três anos, considerando as diferenças regionais, os meios de prestação de serviços de Saúde Digital, as especialidades e os profissionais envolvidos. Será uma quantidade enorme de dados disponibilizados à população. A partir deles, inclusive, será possível desenvolver políticas públicas para o setor. Além disso, também estamos atuando com educação continuada em Saúde Digital.


Qual a sua visão do atual cenário da Saúde Digital e da Telemedicina no Brasil e no mundo?

A Saúde Digital teve um avanço com a pandemia de Covid-19, obviamente, em decorrência da liberação regulatória e também pela necessidade da população, com o isolamento social, de atendimento médico a distância. É comum a gente dizer que foi uma evolução de 20 anos em dois, entre 2020 e 2022. Agora, em 2023, com o controle da pandemia e a regulação aprovada no fim do ano passado, está se vendo realmente um crescimento mais orgânico e não influenciado por um evento. Está havendo uma desaceleração de serviços e de situações agudas para uma aceleração de desenvolvimento de Saúde preventiva e crônica, como o caso de serviços de atenção primária, de especialidades e Saúde Mental, extremamente relevante. Também há a prática do Telemonitoramento, que deixa as equipes mais próximas do paciente e ele mais no controle da sua saúde. Isso é benéfico em termos de sinistro, do controle de resultados. Há um oceano azul de oportunidades na Saúde Digital porque, apesar do crescimento explosivo que vimos com a pandemia, ainda há diversos setores que estão subutilizando a modalidade, que têm muito a crescer e ter esse potencial explorado.

Passado o crescimento exponencial ao longo da pandemia, para onde caminham a Telemedicina e a Saúde Digital no Brasil? 

Nós vemos que existe uma heterogeneidade muito grande na distribuição de profissionais de Saúde no País, e a Telemedicina tem ocupado esse campo, oferecendo um acesso facilitado, especialmente às populações que vivem em áreas mais remotas e menos favorecidas. Ela é um instrumento de acesso, de melhoria da qualidade da assistência e da distribuição dos serviços de Saúde, que outrora precisariam de um profissional se deslocando para essas áreas mais remotas. Isso traz um efeito benéfico logístico, que damos o nome de Telemedicina Logística, quando se leva atenção em Saúde para um local que tem dificuldade de acesso. Durante a pandemia de Covid-19, vimos isso acontecer muito nos sistemas de Saúde privado e suplementar. Mas, agora, temos o conhecimento de inúmeras iniciativas no sistema de Saúde público, com diversas prefeituras, estados e secretarias incentivando o desenvolvimento de serviços de Saúde Digital, com grande sucesso, economia de recursos e melhor acesso da população aos serviços.


Quais são os desafios a serem superados para que essas práticas alcancem seus objetivos no País?

A Saúde hoje é muito fragmentada no que está relacionado ao controle dos dados. Um dos grandes desafios que vamos enfrentar e que está sendo discutido é a interoperabilidade dos dados, exatamente porque hoje cada serviço é fragmentado. O paciente faz uma consulta com um médico, com outro, é submetido a uma internação e nenhuma das três bases de dados desses atendimentos se conversam adequadamente. Isso leva a muito desperdício e a uma dificuldade de compreender a continuidade da jornada do paciente. A Saúde Digital, na realidade, é uma das soluções para isso, porque é um serviço nativo digital e para você disponibilizar o dado hoje é absolutamente fundamental que ele esteja digitalizado.

Outro grande desafio é segurança da informação. A gente sabe que ainda acontecem situações de vazamento de dados que, na Saúde, são extremamente sensíveis. Isso tem sido um dos grandes limitadores de se evoluir, de se ter o compartilhamento dessas informações. Desenvolver métodos que garantam o compartilhamento de dados de forma segura é um dos itens fundamentais para o desenvolvimento da interoperabilidade e de uma maior divulgação dos potenciais da Saúde Digital, inclusive até para os sistemas de pagamento, que estão mudando para uma remuneração por valor, por resultados e não mais por procedimentos (fee for service).

Também sabemos que para resolver o problema da Medicina baseada em valor, notadamente os mecanismos de monitoramento de doenças crônicas e de procedimentos invasivos, cirurgias e internações, a interoperabilidade de dados, o controle da jornada do paciente e utilizar instrumentos da Saúde Digital são fundamentais.

E a conectividade ainda é um problema para a evolução da Saúde Digital no Brasil?

Já foi um problema muito maior. Vou te dar um exemplo. Na instituição que atuo (Hospital Israelita Albert Einstein), implementamos mais de 300 pontos de Telemedicina em áreas remotas da Região Amazônica, e o maior desafio não tem sido a conectividade. Hoje, temos satélites de baixa altitude, com uma precificação muito mais convidativa do que era no passado, com latência e banda adequadas. Temos uma distribuição de fibra óptica mais completa no País. Eu gosto de dizer que uma das grandes vantagens do 5G foi a melhoria do 4G. A nova frequência ainda está limitada às grandes metrópoles do País. O 5G não é a solução da Saúde Digital, é mais um instrumento de conectividade e que traz valor para o ecossistema. Mas, não é um ponto de inflexão do desenvolvimento. Com uma boa conexão 4G, é possível fazer praticamente quase tudo que se precisa na Saúde Digital. Não estamos falando ainda de coisas mais futurísticas, de cirurgia a distância, daí é preciso implementar processos bem definidos.

Eu gosto de dizer que tecnologia não é o limitador hoje no País, e nem a conectividade, ou o equipamento. O que é preciso são processos bem definidos, que coloquem o profissional de Saúde e o paciente em contato, utilizando tecnologias de informação e comunicação.

A SDB recentemente fechou parceria para a 5ª edição do Global Summit Telemedicine & Digital Health, tornando-o o principal evento para a entidade. Qual a importância desta parceria? 

O Global Summit Telemedicine & Digital Health APM tem sido um dos principais eventos de Saúde Digital no País. Há alguns anos, ele demonstra os impactos da implementação dos programas e serviços de Telessaúde no Brasil. Tem congregado referências e trazido informações relevantes desse setor para o público em geral, sendo uma grande fonte de informações. Por isso, para nós, da SDB, é uma grande honra participar, colaborar com o desenvolvimento do Global Summit APM. Teremos um painel em que vamos ter a oportunidade de apresentar os nossos indicadores às pessoas que estão com a mão na massa, mostrando os desafios, tanto regulatórios quanto sobre a prática da Telessaúde no dia a dia.  

Leia também: Global Summit APM 2023 fecha parceria com a Saúde Digital Brasil

Como presidente da Saúde Digital Brasil, qual sua avaliação quanto à importância do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM para o ecossistema da Saúde Digital? 

Toda discussão que envolve novas tecnologias, novos métodos de se praticar Medicina, de oferecer Saúde, acaba tendo um enorme impacto no setor. O Global Summit APM foi o pioneiro em trazer esses temas para o debate e ele conseguiu congregar, em um momento que as empresas estavam desenvolvendo os seus serviços em Saúde Digital e ainda havia muito para ser discutido no País, pessoas, empresas e provedores que fazem parte desse ecossistema em uma discussão extremamente frutífera para o setor. A nossa expectativa é que isso permaneça, que o evento seja um grande incentivador do debate, de discussões que favoreçam a evolução da Saúde Digital no País.

Quanto é relevante para o mercado a participação das empresas associadas à SDB no evento?

Fica aqui um convite para todos os associados da SDB, que podem aproveitar essa parceria com o Global Summit APM para adquirir conhecimento. Convidamos todos a participarem, se envolverem, comparecerem e prestigiarem esse evento, que é muito importante para o ecossistema da Saúde Digital.

Evento de aquecimento para a 5ª edição do GS APM será gratuito, no dia 29 de agosto, no escritório do Google Brasil, em São Paulo

No próximo dia 29 de agosto, a partir das 16 horas, o Global Summit Telemedicine & Digital Health APM realiza mais um warm up antes de sua 5ª edição, que será realizada de 20 a 22 de novembro, pela Associação Paulista de Medicina (APM), no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.

O encontro de aquecimento para o GS APM 2023 é gratuito e terá como tema “Saúde Digital no Brasil: o Caminho das Pedras”. Será realizado na sede do Google Brasil, em São Paulo, até às 19h. No fim do warm up, haverá sorteio de inscrições gratuitas para a 5ª edição do Global Summit APM e um happy hour para networking.

“Mais uma vez, vamos ter um conteúdo incrível sobre o está acontecendo e o que vai acontecer nos próximos anos na Saúde Digital e para onde caminham as evoluções no uso das tecnologias na área da Saúde. O warm up é sempre uma oportunidade de reunir pessoas de grande relevância, com muito conhecimento, para expor a realidade e o futuro da Saúde Digital e da Telemedicina, antecipando o que vamos aprofundar no Global Summit APM, em novembro”, destaca Antonio Carlos Endrigo, diretor de TI da APM e copresidente do Global Summit APM – que fará a moderação do warm up ao lado de Jefferson Gomes Fernandes, presidente do GS APM.

Os palestrantes do evento de aquecimento serão:

  • Claudio Giulliano Alves da Costa, CEO da Folks;
  • Edgar Gil Rizzatti, diretor-executivo médico do Grupo Fleury;
  • Marcelo Fanganiello, CEO da GetConnect; e
  • Priscila Cruzzati, Heathcare and Life Science Industry Specialist – Google Cloud.

A tecnologia é uma grande aliada da Medicina, e com o avanço das possibilidades e regulações, tem-se a oportunidade de democratizar o acesso à Saúde e contribuir para um atendimento remoto de excelência, garantindo uma boa atuação para quem fornece o serviço, e qualidade para quem o recebe. 

Por isso, Rizzatti ressalta que debates sobre Saúde Digital são extremamente relevantes para compartilhar a perspectiva de quem atua na área e para desmitificar o tema.

“Participar do warm up é sempre interessante, pois temos a oportunidade de ampliar nossos olhares sobre o tema proposto, com diálogos e cases relevantes em diversos âmbitos, bem como trocar experiências e ampliar o networking com especialistas. Se reunir em prol de um debate tão relevante, como o cenário de Saúde Digital no Brasil, impacta de forma positiva a nossa atuação coletivamente, com o avanço de ideias e projetos que beneficiem a sociedade”, pontua o especialista.

Não perca a oportunidade de ampliar conhecimento e trocar experiências. Participe gratuitamente do warm up “Saúde Digital no Brasil: o Caminho das Pedras”, inscrevendo-se no hotsite. O evento será no escritório Google Brasil – sala Laje, localizado à Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3.477, torre A, 20º andar – Itaim Bibi, São Paulo-SP.