Medicina S/A – Panorama da Saúde Digital 2023

Médicos treinados em inteligência artificial, big data e robótica que estão cuidando remotamente de pacientes com a ajuda de realidade aumentada, nanobots e outras ferramentas tecnológicas. Uma grande mudança na maneira como se pensa e são operados os cuidados de saúde. Nos últimos três anos, durante a pandemia de Covid-19, houve um aumento significativo na adoção de tecnologias inovadoras. No entanto, as organizações estão indo além para criar abordagens virtuais de atendimento mais integradas e abrangentes, aponta o relatório “The Intelligent Health Ecosystem”, divulgado pela EY. De acordo com o relatório, essas mudanças têm dado oportunidade para a criação e o surgimento de um Ecossistema de Saúde Inteligente. Esse ecossistema fornecerá experiências melhores e personalizadas de assistência médica aos pacientes, a qualquer hora e em qualquer lugar.

“Combinando ferramentas de gerenciamento de doenças com algoritmos preditivos e dados do mundo real, as empresas estão buscando em conjunto cuidados e pesquisas de forma proativa”, afirma Pamela Spence, líder global de Ciências da Saúde e Bem-Estar da EY.

Para a especialista, a revolução dos cuidados de saúde não é apenas uma oportunidade, mas uma necessidade urgente e essencial. “Nossos modelos de saúde não são sustentáveis a longo prazo. O custo dos gastos com saúde continua a aumentar com o rápido crescimento mundial de doenças crônicas dispendiosas. Enquanto isso, a força de trabalho global de saúde enfrenta um déficit previsto de 18 milhões de profissionais até 2030, uma lacuna que acelerará a adoção necessária de tecnologias digitais”, pontua.

Avanços Tecnológicos

Inovadores do setor da saúde estão trabalhando na integração de computação em nuvem, sensores, sistemas de realidade virtual e estendida e banda larga de quinta geração em modelos de prestação de cuidados. À medida que essas tecnologias continuam a evoluir e convergir no espaço da saúde, elas estão permitindo a criação de uma crescente Internet das Coisas Médicas (IoMT).

“O efeito real da IoMT será impulsionar um crescimento sem precedentes na quantidade e na qualidade dos dados de saúde disponíveis. Já estamos testemunhando um aumento exponencial nos dados de saúde, com bilhões de gigabytes de informações de pacientes sendo gerados dentro e fora dos sistemas de saúde todos os anos”, afirma Pamela.

O relatório mostra que, em um mundo cada vez mais conectado, quantidades crescentes de dados medida que aumenta o número de ferramentas de captura de dados, cresce também o volume de dados relativos a cada indivíduo. Para se ter uma ideia, mesmo com a distribuição desigual da tecnologia, cada pessoa no planeta gera, em média, mais de 50 terabytes de dados por ano. Embora apenas uma minoria seja diretamente de dados de saúde, até 80% dos resultados de saúde são moldados por dados não clínicos.

De acordo com Pamela Spence, a inteligência artificial oferece um meio de conectar, combinar e interrogar esses dados de maneira diferente. “A capacidade de avanço rápido da inteligência artificial para nos ajudar a sentir, perceber, aprender, saber, raciocinar, planejar e agir. Ou seja, uma combinação de humanos e máquinas oferece rotas para aumentar a inteligência somente humana em níveis inimagináveis em comparação com os dias de hoje.”

A nuvem de dados personalizada em torno de cada paciente será alimentada em uma camada de dados que permite que as informações de um paciente sejam comparadas com linhas de base individualizadas e com dados do mundo real em cortes de pacientes comparáveis. “O sistema pode começar a planejar intervenções direcionadas mais bem informadas e aprender com essas intervenções para refinar continuamente as abordagens de atendimento para cada paciente.”

Transformando o atendimento

Esse movimento promete uma revolução na forma como a assistência médica será operacionalizada no futuro. Quem concorda é o médico cardiologista, cientista e empreendedor alemão Andreas Keck, especialista em tecnologias e inovação em saúde, que participou do lançamento da 5ª edição do Global Summit Telemedicine & Digital Health. O evento, realizado pela Associação Paulista de Medicina (APM), acontecerá esse ano de 20 a 22 de novembro, com o tema central “Saúde digital para todos”.

Keck é consultor de negócios internacionais para grandes organizações voltadas à saúde e pesquisador de tecnologias digitais inovadoras que estão sendo usadas globalmente, além de ter fundado várias empresas. Atualmente, está envolvido na pesquisa e na construção de companhias com base em algoritmos avançados de inteligência artificial, trabalhando com conjuntos de informações exclusivas, incluindo dados genéticos, clínicos, laboratoriais e eletrofisiológicos.

Segundo o executivo, a Europa é hoje a região com maiores investimentos ativos em todo o mundo quando o assunto são terapias digitais (DTx). Trata-se de um mercado que pode alcançar um volume de 4 bilhões de dólares até 2030. O aumento dos custos da saúde, tendo como principal impulsionador o custo com a adoção de tratamentos eficazes, emerge como um dos motivadores desse cenário, assim como a prevalência de doenças crônicas.

“São diversas as peças do quebra-cabeça, e existem novas perspectivas de adesão através da saúde digital. Os pacientes estão cada vez mais utilizando tecnologias que os apoiam na gestão de sua saúde, e como consumidores esperam serviços mais holísticos, desenvolvidos de acordo com suas necessidades. Há também a mudança de um cuidado centrado no tratamento para um cuidado centrado no paciente. Ao mesmo tempo, espera-se uma redução da hospitalização e um aumento de receitas. Tudo isso em um cenário com novas abordagens tecnológicas, como mHealth e IoT, e busca por personalização e incentivo ao tratamento”, explica.

Keck acrescenta que, em paralelo, aumentar a adesão e o uso adequado dos medicamentos pode ajudar as indústrias do setor farmacêutico a recuperar os bilhões em receita, reduzir a pressão no setor de saúde, fortalecer os contratos de pagamentos baseados em performance e valor, e gerar novas receitas através dos apps de prescrição.

Outras tecnologias também estão apoiando esse processo. É o caso dos assistentes digitais e os sistemas de suporte à decisão clínica, além da inteligência artificial e do uso de algoritmos para solucionar diferentes desafios e analisar dados de prontuários eletrônicos, com destaque para a necessidade de combinar os insights da inteligência artificial (IA) com o profundo conhecimento dos profissionais médicos.

Poder dos dados

Como a inovação pode utilizar o poder dos dados para entregar cuidados baseados em valor? Para Pamela Spence, da EY, as organizações têm as ferramentas para oferecer uma melhor experiência de saúde personalizada, mas o ecossistema precisa colaborar para construir esse futuro. “O universo em expansão de sensores e a internet de coisas médicas, a explosão sem precedentes de dados de saúde e o poder em rápida expansão da Inteligência Artificial (IA) para transformar esses dados em insights são realidades agora. Se todo o potencial dessas e de muitas outras novas tecnologias for liberado, veremos um modelo de assistência à saúde irreconhecível do sistema que vemos hoje”, explica a executiva, citando o relatório “How you can jumpstart innovation to unlock the power for data to deliver value-based care”.

De acordo com a executiva, apesar do enorme potencial dessa visão, até o momento a indústria fez apenas um progresso limitado na jornada do sistema de saúde “analógico”, por meio de cuidados digitalizados e conectados, até o sistema de saúde verdadeiramente inteligente do futuro, o ecossistema de saúde inteligente. “Nessa abordagem de ecossistema, as inovações digitais se tornarão mais do que soluções pontuais autônomas, conectando-se a um sistema mais amplo e poderoso de atendimento baseado em dados e fornecido por tecnologia.”

Já para Luciane Infanti, sócia e líder da consultoria estratégica EY-Parthenon para a América do Sul, uma das jornadas do ecossistema de saúde é tirar a doença do centro de atuação e colocar o cuidado. “Com novas tecnologias, telessaúde e o desafio de se implementar o open health (um sistema de saúde aberta)”, garante.

Cuidado Baseado em Valor

As vantagens do Value-Based Health Care (VBHC) foram amplamente reconhecidas na última década, mas o que se discute agora é como o modelo pode beneficiar a jornada de investimento e inovação. “Embora as organizações tenham iniciado uma ampla gama de programas-piloto com novas tecnologias nos últimos anos, esses programas ainda precisam atingir a escala e o nível de interoperabilidade que podem ter implicações revolucionárias.”

Para Pamela, o futuro acompanhará o aumento da presença de hospitais virtuais que oferecem suporte especializado abrangente, remoto, mas altamente personalizado e até preditivo. “À medida que o ecossistema de saúde inteligente evoluir, iremos ainda mais longe e veremos o surgimento de atendimento remoto especializado em larga escala, onde os médicos irão gerir efetivamente um grande número de pacientes a distância por meio de dados e tecnologia.”

A aposta é que o VBHC simplificará os modelos operacionais e introduzirá eficiência e eficácia por meio da capacidade de personalizar tratamentos. “Atualmente, muitos gastos com saúde são mal direcionados e desperdiçados porque temos poucos dados para prever quais intervenções ajudarão quais pacientes. A personalização do atendimento não é um luxo, mas um passo essencial para ampliar o acesso e a equidade em saúde”, diz Pamela Spence.

A disrupção chamada 5G

O estudo “Reimagining Industry Futures”, desenvolvido pela EY, mostra que a pandemia colocou o 5G no topo das prioridades do ecossistema global de saúde. Aplicações como o monitoramento de pacientes e a entrega de cuidados pessoais de forma virtual ganharam importância.

Luciane Infanti observa que a chegada da tecnologia 5G representa o início de uma jornada de inovação que pode trazer grandes ganhos para todos os stakeholders, uma vez que a lógica da saúde mudará totalmente com o acesso à informação em tempo real e o monitoramento mais preciso da população. “Até hoje, era preciso que um problema de saúde surgisse no paciente para que fosse elaborado um diagnóstico e, em seguida, o início do tratamento. A tecnologia de ponta, porém, pode antecipar esse processo e garantir um resultado muito mais eficiente”. 

Já José Ronaldo Rocha, sócio da EY e líder de consultoria para Tecnologia, Mídia & Entretenimento e Telecomunicações para América do Sul, destaca que a expansão do 5G e as oportunidades para o uso de Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial, wearables e ferramentas de telemedicina viabilizam um ecossistema de saúde que utiliza dados em tempo real para detectar eventuais questões de saúde ainda em seus estágios iniciais.

Os primeiros ganhos estão ligados ao espectro mais sofisticado dos serviços de saúde, na forma de cirurgias remotas, ambulâncias e hospitais conectados. Essas soluções se beneficiam da baixa latência do 5G e da capacidade de conexão nos grandes centros. “Mas será questão de tempo para que uma infinidade de aplicações se torne realidade, proporcionando intensa transformação nos modelos e práticas de saúde”, diz Luciane.

De acordo com os especialistas, uma primeira camada de transformação está ligada aos cuidados de precisão. O entendimento dos hábitos e comportamentos dos pacientes, a partir de tecnologias e equipamentos automatizados, faz com que a coleta e análise de dados dependa menos de ferramentas de engajamento e mais da conectividade. O grande benefício dessa abordagem é a informação qualificada em tempo real, sem que pessoas que não entendam de saúde precisem inserir dados. “Isso representa uma mudança radical na maneira como o ecossistema de saúde monitora os pacientes e lida com as informações. Em vez de depender da memória do paciente ou de sua disponibilidade com equipamentos e sistemas de acompanhamento, o ecossistema passa a receber informações efetivas em tempo real”. 

Essa capacidade de coleta de dados leva à segunda camada de transformação da saúde: a jornada do paciente. A tecnologia 5G quebra o tradicional ciclo sintoma/diagnóstico/tratamento e permite atender mais pessoas em um momento anterior dessa jornada, em que a possibilidade de sucesso no tratamento é muito maior. A captação de informações antes que os sintomas se manifestem aumenta a assertividade dos tratamentos a custos mais baixos.

A terceira dimensão da transformação na saúde é a das doenças crônicas e cuidados monitorados. Os avanços na conectividade criam condições para maior assistência remota e menor uso de leitos hospitalares. Essa mudança provoca impacto significativo nas estratégias públicas e privadas de saúde e nos tratamentos, gerando mais valor para a qualidade de vida das pessoas.

“A tecnologia aumentará a eficácia da saúde preventiva, cuja eficiência está ligada ao acompanhamento contínuo. E esse acompanhamento depende do engajamento do paciente, facilitado pelo 5G por meio do input de dados confiáveis em tempo real, para trazer ainda mais precisão e eficiência aos tratamentos”, concluem os especialistas.

Fonte: Reportagem de capa da edição 22 da Revista Medicina S/A

O Global Summit Telemedicine & Digital Health APM – o mais relevante encontro sobre telemedicina e saúde digital da América Latina – terá sua 5ª edição realizada de 20 a 22 de novembro no Centro de Exposições Frei Caneca, em São Paulo, com o tema central “Saúde digital para todos”. 

Realizada pela Associação Paulista de Medicina (APM), a edição 2023 do Global Summit APM mais uma vez reunirá os principais players do setor para debater o presente e o futuro da saúde digital, da telessaúde e da telemedicina no Brasil e no mundo. A expectativa é reunir 1.500 congressistas.

“Temos o desafio de fazer chegar a todos os benefícios da telemedicina, da telessaúde e da saúde digital, a partir de evidências científicas e do mundo real, e levar uma maior resolutividade aos problemas e melhores desfechos clínicos”, explica o neurologista Jefferson Gomes Fernandes, presidente do Global Summit.

Fonte: Opinião Jovem Pan > Comentaristas > Jaqueline Falcão > Curtas

Durante lançamento da 5ª edição do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM, Andreas Keck compartilhou toda a sua experiência com consultoria e no desenvolvimento de soluções em grandes empresas em todo o mundo e apontou os pontos a serem observados quando o assunto é alavancar o desenvolvimento de estratégias e produtos de Saúde Digital

O médico cardiologista, cientista e empreendedor alemão Andreas Keck, especialista em tecnologias e inovação em Saúde, esteve no Brasil na semana passada participando do lançamento da 5ª edição do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM. O evento, realizado pela Associação Paulista de Medicina (APM), acontecerá este ano de 20 a 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, com o tema central “Saúde digital para todos”.

Keck é consultor de negócios internacionais para grandes organizações voltadas à Saúde e pesquisador de tecnologias digitais inovadoras que estão sendo usadas globalmente, além de ter fundado várias empresas. Após atuar como cardiologista intervencionista, ingressou no Boston Consulting Group e tornou-se sócio do SYTE (Strategy Institute for Digital Health) – instituição global de Saúde Digital que apoia companhias farmacêuticas, de tecnologia médica e de seguros na definição de estratégias de Saúde Digital.

Atualmente, está envolvido na pesquisa e na construção de companhias com base em algoritmos avançados de inteligência artificial, trabalhando com conjuntos de informações exclusivas, incluindo dados genéticos, clínicos, laboratoriais e eletrofisiológicos. E foi exatamente um panorama de tudo isso que o executivo trouxe em sua explanação, que teve como tema central “Navigating Healthcare systems: How Digital Health is Transforming Patient Care and Business Models” (“Navegando nos sistemas de saúde: como a saúde digital está transformando o atendimento ao paciente e os modelos de negócios”).

A necessidade de entender o perfil dos profissionais médicos, seus anseios e a relação com a adoção da tecnologia é, segundo ele, um ponto de partida  quando o assunto é Saúde Digital. As diferenças de entendimento e a percepção de valor variam de acordo com cada uma das “personas”.  Existem hoje cinco diferentes personas dentro desse público: gerentes, desenvolvedores de negócios, cientistas, céticos e entusiastas.

“Por exemplo, podemos dizer que apenas os entusiastas estão abertos a testar o potencial completo da Saúde Digital. Afinal, trata-se de pessoas que têm como meta principal usar tecnologias disruptivas sempre que possível, são fascinados pelas novas ofertas tecnológicas e curiosos em saber como elas podem ser úteis. Ou seja, adotam todas as funcionalidades que parecem ter um impacto positivo no trabalho e na abordagem médica. Já os céticos adotam apenas as tecnologias que os ajudam a estarem conformes com a lei”, explica.

O atual momento da Saúde Digital em todo o mundo foi também um ponto observado. A Europa é hoje a região com os maiores investimentos ativos quando o assunto são terapias digitais (DTx). Um mercado que pode alcançar um volume de 4 bilhões de dólares até 2030. O aumento dos custos da Saúde, tendo como principal impulsionador o custo com a adoção de tratamento eficazes, emerge como um dos motivadores desse cenário, assim como a prevalência de doenças crônicas.

Salienta que o momento é propício para a Saúde Digital em todo o mundo, em especial no que diz respeito à adesão à medicação, sendo de extrema importância não só atender às expectativas e melhorar a experiência dos pacientes, como atender às suas necessidades em constante evolução.

“São diversas as peças do quebra-cabeça e existem novas perspectivas de adesão por meio da Saúde Digital. Os pacientes estão cada vez mais utilizando tecnologias que os apoiam na gestão de sua Saúde, e como consumidores, esperam serviços mais holísticos, desenvolvidos de acordo com suas necessidades. Tem também a mudança de um cuidado centrado no tratamento para um cuidado centrado no paciente. Ao mesmo tempo, espera-se uma redução da hospitalização e aumento de receitas. Tudo isso em um cenário com novas abordagens tecnológicas, como mHealth e IoT, e busca por personalização e incentivo ao tratamento”, explica.

Keck acrescenta que, em paralelo, aumentar a adesão e o uso adequado dos medicamentos pode ajudar a reduzir a pressão no setor de Saúde e gerar novas receitas por meio dos apps de prescrição.

Também foram detalhadas outras tecnologias que podem ajudar nesse processo. É o caso dos assistentes digitais e sistemas de suporte à decisão clínica. Além da inteligência artificial e do uso de algoritmos para solucionar diferentes desafios e analisar dados de prontuários eletrônicos, com destaque para a necessidade de combinar os insights da inteligência artificial (IA) com o profundo conhecimento dos profissionais médicos. 

“Por alavancarem o grande volume de dados armazenados nos prontuários eletrônicos, as soluções de IA aumentam a eficiência e a efetividade da entrega de Saúde. Isso pode ser usado para modelos preditivos dos resultados dos pacientes, como chances de readmissão ou desenvolvimento de condições específicas, tomada de decisão clínica, seja no diagnóstico ou tratamento ou na estratificação de risco de desenvolvimento de certas condições médicas, permitindo intervenções antecipadas”, complementa.

Do ponto de vista de negócios, é preciso que as empresas considerem o amplo impacto que a IA e outras tecnologias provocam na condução de suas estratégias. Isso inclui parcerias entre provedores da Saúde Digital, startups, a indústria, hospitais e clínicas. Segundo ele, entender o fluxo de receita entre todos os parceiros e stakeholders é o segredo do processo para tornar-se um líder em Saúde Digital.

Para isso, é preciso considerar um olhar amplo sobre novas tecnologias e tendências, do próprio mercado e dos concorrentes, além de ter processos claros, recursos disponíveis e um pipeline de inovação que considere os impactos econômicos. Além da inovação, ser competitivo e ter a habilidade de desenvolver e implementar rapidamente soluções superiores às de seus concorrentes é crucial, assim como conhecer suas vantagens e desvantagens com relação a ele.

“É preciso um produto competitivo e inovador para chegar ao mercado antes dos seus concorrentes. E um ponto de atenção é que a regulação de software médico pode ser lenta. Desta forma, considerar uma abordagem de plataforma ajuda a acelerar o desenvolvimento do produto, assim como investir em aquisições e parcerias com outras empresas”, finaliza.

Fotos: Marina Bustos

Sobre o Global Summit Telemedicine & Digital Health APM

Maior e mais relevante encontro sobre Telemedicina e Saúde Digital da América Latina, com três dias de duração, o Global Summit APM, uma iniciativa da Associação Paulista de Medicina (APM), reúne especialistas internacionais e nacionais para debater as tendências que estão transformando o mundo da Saúde. A programação, focada em conteúdo, experiências e negócios, inclui temas em Telemedicina e Saúde Digital de interesse para médicos, profissionais, instituições e entidades de Saúde, indústria, academia e governo, entre outros.

Sobre a Associação Paulista de Medicina

Representante dos médicos desde 1930, a Associação Paulista de Medicina está presente em todo o estado de São Paulo por meio de suas 76 Regionais. Além de contribuir com a elaboração das políticas de Saúde e qualificação da assistência médica, a APM luta para valorizar o médico nos sistemas público e privado de saúde. Promove diversas atividades de educação médica continuada, como eventos científicos e o Instituto de Ensino Superior da APM (IESAPM), e oferece serviços e benefícios aos associados e sociedade, incluindo o Residencial APM e o Hotel Fazenda APM.

Foi dada a largada para a quinta edição do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM. Este ano, o maior evento de Telemedicina e Saúde Digital da América Latina acontecerá nos dias 20, 21 e 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca. O local também foi palco do lançamento comercial do evento da Associação Paulista de Medicina, na última quinta-feira, 2 de março.

Abrindo a solenidade, o presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral, relembrou que mesmo diante das diversas adversidades trazidas pela pandemia de Covid-19 e o seu consequente isolamento social, o Global Summit pôde se manter firme, aproveitando os ensinamentos de um período de tantas incertezas para, assim, evoluir e se aprimorar. 

“O evento foi idealizado pela Associação Paulista de Medicina e começou motivado por uma série de debates voltados para a Telemedicina. Acredito que nestes quatro anos, conseguimos recuperar muito do tempo que foi perdido nas últimas décadas. Em nosso Instituto de Ensino Superior, também temos uma série de programas de capacitação e formação de profissionais nas áreas de Telemedicina e de Telessaúde, portanto, estamos profundamente envolvidos nesse processo”, relatou Amaral.

As quatro primeiras edições do Global Summit Telemedicine & Digital Health totalizaram 558 palestrantes, 325 horas de conteúdo, 63 países participantes, 167 marcas de apoio e mais de 5.900 congressistas. Sendo a Saúde Digital uma tendência do mercado para os próximos anos, de acordo com a empresa Statista – focada em análises de informações setoriais – é esperado que a receita cresça 10,8% nos próximos quatro anos, almejando uma participação de cerca de  4,71 bilhões de dólares.

O presidente do Congresso, Jefferson Gomes Fernandes, relembrou que cada uma das edições anteriores se viu diante de grandes desafios. O evento, que já foi realizado no formato presencial, on-line e híbrido, se destaca por sua alta relevância, uma vez que a discussão acerca da Saúde Digital é de grande abrangência e vem evoluindo exponencialmente, especialmente no contexto da pandemia de Covid-19.

O segmento traz grandes benefícios para a população e para os sistemas de Saúde – sejam públicos ou privados – e é fundamental que o conhecimento e a prática estejam sempre em constante evolução. Por isso, o Global Summit se configura como uma oportunidade para compartilhar conhecimentos, experiências e visão, buscando novas alternativas para os cuidados na Saúde.

“Mantivemos o tema central do ano passado, que é Saúde Digital para todos. Uma tendência que estamos vendo claramente, e que a pandemia reforçou, é que as pessoas preferem ser cuidadas diretamente de seus domicílios. Acho que esse tema é desafiador, estamos trabalhando para trazer o sistema público para dentro do Global Summit. No ano passado, tivemos a presença do Ministério da Saúde e de algumas de suas Secretarias, e este ano queremos ampliar essa presença. O evento se dispõe a ser um espaço para gerar não somente evoluções do ponto de vista do conhecimento e da prática, mas também dos negócios”, manifestou Fernandes.

Desenvolvimento contínuo

Em seguida, um dos palestrantes internacionais já confirmados para esta quinta edição, o cardiologista alemão Andreas Keck – profissional com vasta experiência em Saúde Digital e criador do Strategy Institute for Digital Health (SYTE), que há anos atua em negócios voltados à pesquisa e qualificação profissional na área – apresentou um panorama. Para ele, é imprescindível que as pessoas tenham percepção do tanto que a Saúde Digital tem se desenvolvido.

De acordo com o especialista, os médicos podem ser divididos em cinco categorias no âmbito da Saúde Digital: gerentes, desenvolvedores de negócios, cientistas, céticos e entusiastas – sendo que este é o único que consegue adentrar completamente o contexto da área como um todo. Como os profissionais possuem diferentes objetivos e formas de utilizar a Saúde Digital, é preciso começar a incorporar a tecnologia em suas rotinas de um jeito mais simplificado.

Uma dessas possibilidades é o desenvolvimento de aplicativos que os pacientes possam utilizar de forma abrangente, colocando sintomas, pontuando escalas de dor e fornecendo um panorama geral de seus quadros – de modo que o médico pode analisar cada situação e ter uma visão geral, conversando depois com os pacientes e decidindo a forma de tratá-los. O problema é que quanto mais aplicativos existirem, mais dados os médicos terão que lidar.

“Só na Europa, os investimentos nesta área irão de 500 milhões de euros, em 2020, para 4 bilhões em 2030, o que representa um crescimento contínuo de 35%. Além disso, na Europa a Telemedicina é muito necessária, uma vez que a sua população está envelhecendo muito rapidamente, além de ocorrer falta de médicos e de enfermeiros. Se pararmos para analisar, os médicos europeus, atualmente, têm cerca de 50 anos de idade”, explicou.

Segundo Keck, há duas maneiras de liderar o contexto da Saúde Digital, por meio da inovação ou da competição: “Ao focar em inovação, é preciso uma estrutura realmente diferente das demais. Ao querer ser uma liderança competitiva, caso de grande parte das empresas, é preciso conhecer muito bem os seus concorrentes, suas estruturas e fraquezas, e a comunicação tem que ser a chave de tudo. Isso é fácil de entender, mas não é fácil de interpretar. Estou muito ansioso para ver todos vocês no Global Summit em novembro”, finalizou. 

Texto: Julia Rohrer
Fotos: Marina Bustos

Edição de 2023 do mais relevante encontro sobre Telemedicina e Saúde Digital da América Latina será de 20 a 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em SP

O Global Summit Telemedicine & Digital Health APM – o mais relevante encontro sobre Telemedicina e Saúde Digital da América Latina – terá sua 5ª edição realizada de 20 a 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, com o tema central “Saúde digital para todos”.

O anúncio do evento foi feito no café da manhã realizado no dia 2 de março, no Estúdio SNE Experience, no 3º andar do Shopping Frei Caneca, e contou com a presença de altos executivos e decisores da área da Saúde interessados na Saúde Digital, Telemedicina, inovação e tecnologia do País e da imprensa.

Realizada pela Associação Paulista de Medicina (APM), a edição 2023 do Global Summit APM mais uma vez reunirá os principais players do setor para debater o presente e o futuro da Saúde Digital, da Telessaúde e da Telemedicina no Brasil e no mundo.

A expectativa é que os três dias da 5ª edição do Global Summit, que será presencial, em uma área de 5.700 m², tenha a participação de 1.500 congressistas e 40 marcas patrocinadoras, e traga inúmeras oportunidades para todo o ecossistema da Saúde, ao mostrar a diversidade do que hoje existe e do que está por vir. Com uma programação científica de alto nível, irá proporcionar o encontro com os maiores especialistas em mais de 50 horas de evento, com conteúdo exclusivo, gerado a partir de mais de 100 palestras, conferências e painéis nacionais e internacionais, em cinco palcos simultâneos.

A estrutura do Global Summit APM 2023 será rica em conhecimento, troca de experiências, networking e negócios e incluirá uma diversidade de temas, como: Aspectos regulatórios da Telemedicina; Telemedicina nas especialidade médicas; Telessaúde e saúde móvel; Internet das Coisas Médicas; Biossensores e vestíveis; Monitoramento de paciente; Inteligência artificial e aprendizado de máquinas; Analytics & Big Data; Gestão da promoção à Saúde e gerenciamento de doentes; Experiência do paciente; Empreendedorismo e inovação; Startups; e Angel & Venture Capital.

As atividades do evento presencial serão dirigidas a todo ecossistema de Saúde Digital, incluindo representantes da indústria de equipamentos médicos, importadores e distribuidores de produtos para a Saúde, Medicina diagnóstica, operadoras de planos de saúde, tecnologia da informação, instituições de ensino, médicos e gestores de clínicas, hospitais, empresas e organizações, profissionais de Saúde, prestadores de serviços de Saúde e de healthtechs, governo e órgãos públicos.

“Temos o desafio de fazer chegar a todos os benefícios da Telemedicina, da Telessaúde e da Saúde Digital, a partir de evidências científicas e do mundo real, e levar maior resolutividade aos problemas e melhores desfechos clínicos. A legislação e a regulamentação da Telemedicina e da Telessaúde nos sistemas público e privado vieram contribuir com a continuidade dos cuidados à Saúde das pessoas, que cada vez mais querem esse atendimento no conforto e na segurança de suas casas”, explicou o médico neurologista Jefferson Gomes Fernandes, presidente do Global Summit.

Ele destacou que a edição 2023 do evento pretende, com sua grade científica, ampliar as discussões e o conhecimento, com informação de altíssima qualidade, bem como proporcionar o relacionamento e negócios de uma forma enriquecedora e inovadora, em áreas que vêm em um crescimento exponencial, transformando os cuidados na área da Saúde.

O café da manhã de lançamento do Global Summit APM 2023 ainda contou com a presença do presidente da APM e presidente de honra do Global Summit, José Luiz Gomes do Amaral, e teve a palestra internacional “Navigating Healthcare systems: How Digital Health is Transforming Patient Care and Business Models” (“Navegando nos sistemas de saúde: como a saúde digital está transformando o atendimento ao paciente e os modelos de negócios”), com o médico cardiologista intervencionista e cientista alemão Andreas Keck, especialista em Inovação e Tecnologias, com foco no impacto médico e econômico quantificado.

Olhar para o futuro

O Global Summit foi criado pela APM, em 2019, quebrando todos os paradigmas da Medicina e olhando para o futuro. Em suas quatro edições, o congresso recebeu quase 6 mil participantes, 170 empresas parceiras, mais de 550 palestrantes nacionais e internacionais, contou com a participação de 63 países e gerou 325 horas de conteúdo exclusivo, destinado ao ecossistema de Saúde Digital.

Com o sucesso das edições anteriores, a proposta para a edição 2023 do Global Summit APM é ampliar ainda mais os debates sobre as tendências e a evolução da Medicina, da Saúde Digital e da tecnologia no Brasil e no mundo.

Flávia Queiroz, gerente de Produto do Global Summit, concluiu afirmando que “a  5ª edição do Global Summit APM vai incrementar as ações junto aos congressistas, reforçando o perfil dos decisores e firmando novas parcerias, inclusive com as sociedades de especialidades médicas, a partir da expertise da APM, com foco específico para o ecossistema da Saúde Digital”.

Sobre o Global Summit Telemedicine & Digital Health APM

Maior e mais relevante encontro sobre Telemedicina e Saúde Digital da América Latina, com três dias de duração, o Global Summit APM, uma iniciativa da Associação Paulista de Medicina (APM), reúne especialistas internacionais e nacionais para debater as tendências que estão transformando o mundo da Saúde. A programação, focada em conteúdo, experiências e negócios, inclui temas em Telemedicina e Saúde Digital de interesse para médicos, profissionais, instituições e entidades de Saúde, indústria, academia e governo, entre outros.

Sobre a Associação Paulista de Medicina

Representante dos médicos desde 1930, a Associação Paulista de Medicina está presente em todo o estado de São Paulo por meio de suas 76 Regionais. Além de contribuir com a elaboração das políticas de Saúde e qualificação da assistência médica, a APM luta para valorizar o médico nos sistemas público e privado de saúde. Promove diversas atividades de educação médica continuada, como eventos científicos e o Instituto de Ensino Superior da APM (IESAPM), e oferece serviços e benefícios aos associados e sociedade, incluindo o Residencial APM e o Hotel Fazenda APM.