Em congresso, copresidente do Global Summit APM afirma que prontuário eletrônico e Telemedicina ajudam na melhoria da assistência e da gestão em Saúde
A atenção domiciliar e os cuidados de transição – uma das áreas da Saúde que mais cresce no País e que apresenta um faturamento anual de aproximadamente R$ 12 bilhões – foram discutidos durante o Congresso de Atenção Domiciliar, organizado pelo Encontro Nacional dos Serviços de Atenção Domiciliar (Enconsad), durante a 30ª Hospitalar, realizada em maio, em São Paulo.
Antonio Carlos Endrigo, diretor de Tecnologia de Informação da Associação Paulista de Medicina (APM) e copresidente do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM (GS APM), participou, no dia 25, do painel que debateu “Uma análise sobre aplicabilidade, benefícios e utopias da era digital na prática da atenção domiciliar”.
Também integraram esse debate Osmeire Sanzovo, enfermeira e consultora em Saúde Digital da Unimed do Brasil; César Griebeler, vice-presidente de Tecnologia do Grupo Pulsati; Fernando Paiva, executivo de Inovação em Saúde Digital e especialista em Internet das Coisas Médicas; e, como moderador, André Minchillo, gestor em Saúde e CEO da Casa e Saúde.
Prontuário eletrônico
Um dos pontos discutidos no painel foi o uso do prontuário eletrônico (PEP), considerado um avanço tecnológico, inclusive na atenção domiciliar, por trazer dados e informações sobre os processos envolvidos na assistência ao paciente e contribuir para diminuir o trabalho de médicos, enfermeiros e demais profissionais de Saúde, otimizar processos e reduzir a burocracia.
Endrigo explicou que as informações contidas no PEP são importantes até para o diagnóstico de outras doenças no paciente. Porém, é preciso superar o desafio da fragmentação do setor de Saúde para unificar esses dados, para estarem acessíveis a todos os profissionais de Saúde que atuam na atenção domiciliar.
“Ter informações do ambiente em que está o paciente ajuda também a conhecê-lo e atendê-lo melhor, por isso, ter o máximo de dados registrados auxilia no processo do cuidado. Mas, é preciso ter um prontuário bem escrito e bem documentado para otimizar, inclusive outros processos, como a prescrição de medicamentos e pedidos de exames”, afirmou o copresidente do GS APM.
Griebeler corroborou com Endrigo, acrescentando que o PEP deve ser “utilizado como papel eletrônico que eleve a segurança do paciente, pois auxilia para ser feita uma conduta correta, com menor possibilidade de erro”.
Telemedicina
A era digital é uma realidade na área da Saúde e apresenta avanços continuados. Na prática da gestão e assistência domiciliar, observa-se que existem incorporações de tecnologias de softwares gerenciais, miniaturização de equipamentos, introdução de devices para monitoramento clínico, recursos de Telemedicina em utilização, principalmente durante e pós-pandemia de Covid-19, entre outras ferramentas. Mas, efetivamente, no dia a dia, os médicos e os demais profissionais de Saúde estão capacitados para os novos processos de comunicação com o paciente e para a prática da Telemedicina, da Teleorientação e do Telediagnóstico?
Para Endrigo, o debate sobre Telemedicina e Telessaúde e a regulamentação dessas modalidades pelo setor da Saúde foi grande. Porém, essa discussão também chegou aos pacientes, que entenderam os benefícios trazidos pelo atendimento remoto por meio de sistemas de comunicação adequados e seguros.
“Além disso, é fundamental ser feito o registro desse atendimento de maneira adequada. Desta forma, teremos dados e informações adequadas para decidir, por exemplo, se é necessária uma internação ou não. Fazendo todo o processo corretamente e analisando a complexidade dos dados unificados, podemos usar a tecnologia a favor da gestão da Saúde”, concluiu.