Inovação em Saúde Digital contribui para a transformação dos processos de atenção à Saúde
“O uso de tecnologia, a Telessaúde e a Saúde Digital vieram para auxiliar na busca pela integralidade da atenção à Saúde e no papel central da informação de qualidade para a tomada de decisão assertiva na coordenação do cuidado do paciente.”
A afirmação é do novo presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Mohamad Hamida, eleito durante o XXXVII Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, realizado em Goiânia-GO, em julho.
Na oportunidade, Antonio Carlos Endrigo, diretor de TI da Associação Paulista de Medicina (APM) e copresidente do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM, formalizou o “Acordo de Cooperação Técnica” entre o Conasems e a entidade médica. A parceria estabelece uma participação 360° do Conselho na 5ª edição do GS APM, que a Associação realizará de 20 a 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, com participação tanto na programação científica do evento, com a realização de um painel exclusivo, como na área de exposição, com um estande, para networking com o público e para receber os secretários municipais de Saúde. O painel terá a duração de 1h30, no qual serão apresentados sistemas relevantes para as Secretarias Municipais de Saúde do País, evidenciando a Saúde Digital, a Telemedicina e a Telessaúde no setor público.
Cirurgião-dentista, secretário municipal de Saúde de Pirenópolis (GO) e ex-diretor financeiro do Conasems, Hamida explica que a inovação em Saúde Digital tem contribuído para a transformação dos processos de atenção à Saúde, a partir de ações estratégicas que estão promovendo a transformação digital no Sistema Único de Saúde (SUS) e colaborando efetivamente para a melhoria dos cuidados em Saúde.
“O Brasil, por sua dimensão continental, tem um vazio assistencial e tecnológico. Há regiões onde ainda não há energia elétrica e a nossa conectividade ainda é muito limitada, mesmo nos grandes centros. O desafio é esse: levar a utilização da tecnologia associada à infraestrutura, com a governança da Saúde. Temos vários bolsões de desassistência tecnológica e, na pandemia de Covid-19, foi dado o primeiro passo, com a quebra de paradigmas e o uso da Telemedicina e da Telessaúde”, explica Hamida.
Para ele, o País não pode mais perder tempo e precisa avançar também no processamento de dados.
“A Saúde é quem mais produz dados e quem menos tem informação. Se utilizarmos a lógica da Telessaúde, com a utilização das tecnologias, ampliando a conectividade, poderemos fazer uma Saúde Digital integral. Um bom exemplo disso é ter todo o histórico do paciente em um único local. Isso vai facilitar o acesso dos profissionais e possibilitará melhorar a qualidade da assistência também”, justifica o presidente do Conasems.
Formação profissional
Em sua gestão, Hamida afirma que pretende manter a representatividade e o fortalecimento do sistema público de Saúde, com a premissa de utilização da tecnologia na formação profissional para o SUS e a busca por um financiamento sustentável para que os municípios possam ter autonomia de gestão.
“Podemos utilizar a tecnologia para fortalecer a gestão e para qualificá-la, dando condições de trabalho para o gestor e o trabalhador da Saúde e, consequentemente, uma melhor experiência para o usuário do SUS lá na ponta”, comenta o presidente do Conasems.
Para a formação profissional, na visão de Hamida, tanto a Telemedicina como a Telessaúde podem contribuir e muito, pois há uma grande deficiência de especialistas – até pelo fato de apenas 30% dos que concluem a faculdade de Medicina fazerem residência médica, devido à baixa oferta de vagas.
“Com a Saúde Digital, podemos fazer a integração e levar conhecimento, aprendizado para quem está fora dos grandes bolsões de acesso e de informação”, explica.
A questão da integração de dados é outro ponto que, para Hamida, a Saúde Digital vai contribuir bastante. Ele aponta que durante a pandemia de Covid-19, ficou evidenciado que até os registros individuais de vacinas e o Cartão SUS tinham problemas: ou não existiam, ou não estavam corretos.
“Agora, temos o desafio da fila das cirurgias eletivas. A princípio, com um formulário, uma planilha organizada e com a Saúde Digital podemos desmistificar tudo isso, sem necessariamente precisar de um densidade tecnológica muito grande. Mas, é preciso infraestrutura de conectividade para associar os dados e ampliar o acesso dos usuários a todos os profissionais de Saúde”, aponta o presidente.
Parceria
O Conasems representa os 5.570 municípios brasileiros em inúmeras atividades de capacitação técnica, de políticas junto ao Ministério da Saúde, ao Congresso Nacional, entre outros, e tem seu espaço político e sua luta reconhecidos nas instâncias federais, incluindo na pauta de discussões da Saúde grandes temas de interesse, como financiamento público, recursos humanos e defesa dos princípios do SUS.
São por esses fatores, inclusive, que Hamida aponta ser importante a parceria firmada com o Global Summit Telemedicine & Digital Health APM.
“A participação do Conselho no evento do ano passado foi muito bem vista e tem potencial para podermos avançar em todos os municípios. Além disso, o Global Summit APM tem credibilidade, alcance e proporciona conhecimento e experiências que agregam muito ao que o Conasems pensa sobre o fortalecimento do SUS, formação e capacitação dos profissionais de Saúde. É uma parceria que vem ao encontro do que, de fato, a população brasileira precisa para ter um sistema de Saúde acessível, universal e integral, mas, também, sustentável, fortalecido e tecnológico”, garante o presidente do Conasems.
Foto: Mariana Pedroza/Conasems